21 de julho de 2009

A Coragem de se comunicar


"Você sabe, e já experimentou pelo menos uma vez na vida, o poder das palavras. Houve uma vez em que elas serviram para acalmá-lo; outra, ao contrário, a ter uma explosão de raiva. Ou tristeza, ou alegria, ou revolta, ou contentamento, ou amor, ou paz.


Não estavam errados aqueles que diziam que as palavras servem para mentir, ludibriar, distorcer, encantar, iludir ou, de modo diferente, estabelecer a verdade, levar a compreensão, despertar o amor, aproximar as pessoas, promover o entendimento, estabelecer a cooperação, elevar e enobrecer atitudes.


As palavras compõem a estrutura dinâmica da comunicação humana. É por meio delas que os homens constróem idéias e pensamentos, ordenam ações, traçam destinos e articulam as relações entre si. Dependendo de como são empregadas, podem facilitar ou complicar a vida de quem as escreve ou pronuncia. Já houve caso em que uma única palavra desencadeou uma profunda crise familiar e rupturas irreversíveis entre pessoas que se relacionavam, até então, de modo harmonioso.


As palavras são poderes reais que podem criar problemas monumentais ou servem de inspiração para transformações grandiosas em pessoas ou em comunidades inteiras. Talvez não seja demais lembrar que a bíblia mostra a criação do mundo pelo verbo, pela palavra.


Podem servir para destruir ou para criar. Podem ser usadas de modo negativo ou positivo. Podem estar a serviço da paz, do amor, da confiança, da verdade, da liberdade ou do preconceito, do ódio, do egoísmo, da arrogância, do desespero.


São as palavras e o tom com que são pronunciadas que selam o sucesso de um relacionamento.

Você, às vezes, acompanha uma entrevista com um criminoso na televisão e facilmente observa como o seu vocabulário é estreito, feio, precário, sombrio, defensivo. Depois ouve uma música e observa a riqueza poética de uma história que serve para encantar os sentidos e elevar os
sentimentos.


A boa expressividade, para atingir os seus objetivos, não dispensa nenhuma das classes de palavras, mas entre elas, sem dúvida, a mais relevante é a dos verbos. Dito algum pode ser compreendido sem um verbo. São exatamente eles que garantem a ação pretendida pelos nossos sentimentos e pelos nossos pensamentos. Há famílias inteiras de verbos que parecem destinadas a elevar a condição humana, e outras a rebaixá-la.
Como você se sente diante dos verbos descobrir, crescer, realizar, acreditar, aprovar, superar, amar e sonhar?
E dos verbos negar, fugir, desistir, excluir, cair, atrasar, odiar, sofrer?
Se o nosso repertório verbal for negativo, em princípio, a nossa comunicação será predominantemente negativa; se for positivo, nossa comunicação terá um tom positivo.
Você tem consciência das palavras que usa e dos verbos que constituem o poder da sua expressividade.
Para tudo na vida - amar, casar, estudar, trabalhar, viajar, dançar, conquistar, realizar - sempre é necessário um verbo. Se não houver o verbo, o pensamento fica sem sentido. Os bons verbos sustentam bons pensamentos, boas ações e sucesso nos relacionamentos com os outros.



As palavras compõem a estrutura da comunicação humana. Elas são poderes reais. Quando você ouve um elogio por meio de uma palavra, você se sente bem, e quando ouve uma ofensa, também por meio de uma palavra, se sente mal.



As palavras servem para medir, mas também para dizer, a verdade. Entre uma e outra, fique sempre com a última, que garante maior proteção.



Na verdade, são as palavras e as formas como são pronunciadas que levam você ao sucesso ou ao fracasso.

Você é observado pela sua aparência, pelas roupas que veste, pelo tom de voz, mas é definitivamente avaliado pelo que diz.


Pare um pouco para saber qual é o nível de consciência do poder das suas palavras. Por meio dele podemos nos tornar vitoriosos e ajudar a melhorar o mundo.


A bíblia ensina que o mundo foi criado pelo verbo, ou seja, pela palavra. As palavras são os nossos maravilhosos instrumentos de criação e de liberdade. Entre as classes de palavras, a dos verbos é a mais relevante. Sem os verbos, a comunicação fica incompreensível.
 Aumente o seu repertório de palavras, especialmente o de verbos, para ampliar a sua coragem de se comunicar.

# ORGANIZE AS SUAS MENSAGENS #



Podemos provocar três tipos de reações nas pessoas quando nos comunicamos. Elas podem ficar sabendo de alguma coisa que estamos informando, ser influenciadas em seus sentimentos e fazer algo (quando provocamos uma ação).


O nosso objetivo, o que dizemos e a forma como dizemos são fundamentais para o estabelecimento da comunicação, isto é, para sermos compreendidos e conseguirmos as atitudes pretendidas.


A pessoa que está se comunicando, para obter sucesso, precisa levar em consideração:



A quem se destina a sua informação?

Quem é o seu público-alvo.

Qual é o seu objetivo?

O que quer que as pessoas saibam, sintam ou realizem.

Qual é a informação que quer passar?

O objetivo a ser alcançado.

Como a comunicação está elaborada?
A forma como ela é apresentada.

O seu público pode ser uma única pessoa ou uma platéia numerosa; este critério é indiferente quanto aos efeitos possíveis. O importante é agir com a consciência sempre elevada. No entanto, a maioria das pessoas atua na vida sem o menor conhecimento dos princípios elementares da arte da comunicação, o que explica tantos desentendimentos.


Quando agimos com uma percepção de integridade íntima e sabemos quem somos, enxergamos as coisas com clareza e podemos agir com consciência, pois somos nossos próprios mestres. Mas a maioria das pessoas, lamentavelmente, não recebeu nenhuma forma de educação que lhe permita discernir processos abstratos.


A mente pode ajudar ou atrapalhar a comunicação. E isso depende de termos ou não uma percepção nítida de tudo que se passa dentro de nós.

O seu corpo pode estar em um determinado lugar físico e você não. Em geral, estamos nos lugares de forma parcial. Uma infinidade de imagens, palavras e sensações nos retira de cena, atraindo a nossa atenção, muitas vezes sem que queiramos isso. Todas as pessoas que falam para o público conhecem os muitos fantasmas que povoam suas mentes. Um deles é o medo, que se veste das

fantasias mais variadas. O que alguém definiu com "diálogos interiores" funciona como uma cordilheira de obstáculos dentro de nós e entre nós e o mundo.

É por isso que as pessoas que verdadeiramente desejam se comunicar bem precisam elevar o grau de pureza da mente. Quanto menos sujeira, entulho, pensamentos descontrolados e negatividades, melhores serão as possibilidades de compreensão recíproca entre quem fala e quem ouve.


Entre os obstáculos de natureza psicológica, moral ou física, existem aqueles que podemos classificar como técnicos. As pessoas precisam aprimorar os seus conhecimentos dos meios da comunicação: as palavras. Elas têm significados, e é por meio delas que organizamos nossos pensamentos, idéias e atos. Isso não quer dizer, por exemplo, que um analfabeto não se
comunique, mas que suas possibilidades ficam extremamente limitadas por falta de recursos adequados de expressão.


Quando percebemos que o poder de comunicação (saber descansar no silêncio e saber falar na hora certa, do jeito certo, para a pessoa certa) faz a diferença para a qualidade total da nossa vida, portanto, todos os esforços no sentido de nos aprimorarmos são válidos.

Ao nos comunicarmos com clareza, estamos fazendo um bem para nós e para o mundo, ajudando a fazer com que as coisas dêem certo.

Podemos ser melhores a partir da descoberta da nossa própria consciência como fonte da nossa estabilidade, da nossa segurança e da nossa confiança, qualidades fundamentais para todos os nossos relacionamentos.




Autor: Carlos Justiniano Rossini, sociólogo e jornalista. Foi assessor de imprensa do Ministério da Indústria e do Comércio e redator de economia e política do jornal Folha de S. Paulo.








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